sexta-feira, 8 de julho de 2011

Ficha técnica Opala SS



Uma versão esportiva do Opala já era objeto de especulação no início de 1970. Dizia-se que teria um tempero mais picante, com direito a carburadores duplos ou triplos. A fantasia se confirmou, mas com receita bem mais branda. Estreando já como modelo 1971, o SS, ao lado do Gran Luxo, vinha completar a linha já composta pelas versões Especial e De Luxo. Aos novatos cabia inaugurar o motor 4100 de seis cilindros, com potência bruta de 140 cavalos. O ganho de 23 cavalos em relação ao 3800 já existente proporcionava uma velocidade máxima de 169,49 km/h, valor muito bom para a época.

Para não dizer que a esportividade do SS se resumia à aparência, vale dizer que ele trouxe para a família câmbio de quatro marchas com alavanca no assoalho. Também eram novidade os bancos dianteiros individuais.
As faixas pretas no capô e nas laterais e as rodas de aço com desenho de estrela e 5 polegadas de largura, meia a mais que nas outras versões, eram os sinais externos do espírito do carro. No interior, alguns toques de requinte, como manopla de câmbio e aro de volante de madeira, mais um relógio analógico no console à frente da alavanca de marchas. No painel de instrumentos, um tímido conta-giros entre os dois mostradores maiores.
A cara de mau do carrão era neutralizada pelas quatro portas. Porém, o modelo 1972 estreava a carroceria cupê, cujos destaques eram ausência de coluna central, janelas sem molduras e caída fluida da traseira. O novo formato parecia ter sido feito para o SS e se tornaria o padrão da versão até o fim da vida dela, em 1980. Os primeiros sedãs passariam para a história como figurinhas difíceis para o "álbum" de colecionadores.
Na estréia do modelo, já se apontava que o motor estava por demais "estrangulado", uma vez que tinha o mesmo carburador de corpo simples do 3800. O fôlego que faltava veio em 1976, com o lançamento do motor 250-S. Com carburador de corpo duplo, tuchos de válvula mecânicos e comando mais "bravo", o 250-S chegava aos 171 cavalos brutos. Em comparativo realizado em março daquele ano contra os eternos rivais Dodge Charger R/T e Ford Maverick GT, o Chevrolet atingiu a máxima de 189,48 km/h e ficou com o título de o mais veloz do trio. Porém ficou atrás no 0 a 100 quando comparado ao rival da Ford: 11,67 segundos contra 10,85, ainda que superando o Charger, que cravava 12 segundos. Somente no SS o 250-S era de série, sendo oferecido como opcional nos Opala que não eram "de briga".
O teste constatava que a suspensão continuava macia para um esportivo, afundando demais a frente em frenagens e aumentando o espaço de parada. Com discos sólidos à frente, ainda não havia um bom resfriamento do sistema, causando fadiga. "O Opala é mais fácil de ser dominado devido a seu menor peso. Mas se ressente de uma suspensão mais rígida para evitar o excessivo balanço em curvas, o que obriga o motorista a rápidas correções para não sair da trajetória original", dizia o repórter Emílio Camanzi.
Como as alterações do SS eram basicamente estéticas, sua marca foi a variedade de formas das faixas externas, que mudavam conforme o ano e o modelo. Acompanhando a família, sofreu reestilização leve em 1973, com as setas passando às laterais dianteiras dos pára-lamas. Mudanças maiores de estilo ocorreriam a partir da linha 1975, que ganhava novo capô, luzes de seta inspiradas no Chevelle 1971 e os dois pares de lanternas redondas que davam um toque de Impala ou Camaro à traseira.
O acabamento SS seria estendido à Caravan na linha 1978, apresentada com o slogan "leve tudo na esportiva". Na linha 1979, os retrovisores externos carenados pintados da cor da carroceria conferiam ares exclusivos à versão. Porém, seriam suspiros finais daquele que se despediria na linha 1980, ainda a tempo de ganhar os faróis e as lanternas quadradas que caracterizariam os Opala da primeira metade daquela década.




Esportivo em crise
Em resposta à crise do petróleo deflagrada em 1973, a Chevrolet lançava em 1974 o Opala SS4, que marcava a estréia do motor 151-S, versão mais potente do quatro-cilindros recém-melhorado em suavidade de funcionamento.



 
Teste

QUATRO RODAS março de 1976
>> Veja os testes do carro na edição

Aceleração 0 a 100 km/h - 11,67 s
Velocidade máxima - 189,48 km/h
Frenagem - 80 km/h a 0: 27,35 m
Consumo - Entre 5,63 e 8,75 km/l em teste e estrada; média de 8,06 km/l com gasolina amarela

Preço
Fevereiro de 1976 - Cr$ 75345
Atualizado - R$ 81239



Ficha técnica

Opala SS



Motor: dianteiro, longitudinal, 6 cilindros em linha, 4093 cm3, comando de válvulas no bloco, válvulas no cabeçote (duas por cilindro), carburador de corpo simples, refrigerado a água, a gasolina
Diâmetro x curso: 98,4 x 89,8 mm
Taxa de compressão: 7:1
Potência: 140 cv brutos a 4000 rpm
Torque máximo: 36 mkgf brutos (29 líquidos) a 2400 rpm
Câmbio: manual de 4 marchas, tração traseira
Carroceria: sedã de 4 portas, 5 lugares
Dimensões: comprimento, 457 cm; largura, 176 cm; altura, 138 cm; entreeixos, 267 cm
Peso: 1172 kg
Suspensão: dianteira: independente, braços triangulares duplose molas helicoidais; traseira: eixo rígido com tensores duplos longitudinais, barra Panhard e molas helicoidais
Freios: disco sólido na dianteira e tambor na traseira
Direção: setor e rosca sem-fim
Rodas e pneus: aço estampado, aro 14, tala de 5 polegadas; 7.35 S 14

Ficha técnica Maverick 4cc OHC



Quando foi lançado nos EUA em 1969, o Maverick era visto como uma opção de carro econômico. Quase uma ironia para o povo daqui: acostumado com parâmetros europeus desde o sucesso do Fusca, ele era visto como beberrão. Ainda que hoje lembrado justamente por causa do 302 V8 de série no GT e opcional aos outros, os modelos de briga por faixas no mercado, Super e Super Luxo, não eram assim tão bem amados. Eram dotados do conjunto motriz básico, transplantado do Itamaraty, versão de luxo do Aero-Willys que sucedera. Problemático desde sua concepção, o motor de seis cilindros em linha de 3 litros sofria de superaquecimento crônico, solucionado no novo Ford com uma gambiarra de fábrica: finas mangueiras externas de água para os dois cilindros mais extremos.
Ainda que mais arejado, o veterano motor desconhecia o significado da palavra eficiência, como comprovava o primeiro teste de QUATRO RODAS, em julho de 1973. Atingia apenas 150 km/h e precisava de patéticos 20,8 segundos para ir de 0 a 100 km/h. Isso com um consumo próximo ao do 302, a ponto de ambos fazerem 8,9 km/l a 80 km/h constantes. "Anda como um quatro, bebe como um oito", dizia a implacável voz das ruas. Uma transmissão de quatro marchas para lá de imprecisa, também transplantada dos velhos Aero, dava sua contribuição. Ao menos a estabilidade era boa, com tendência a sair de traseira.
O concorrente Opala encarava o alto preço do combustível com a versão de quatro cilindros, que, aliada ao peso de pouco acima de 1 tonelada, permitia consumo menor para desempenho parecido. A solução viria a partir de maio de 1975, da recém-inaugurada fábrica de motores de Taubaté (SP). O nome-código OHC já adiantava: comando de válvulas no cabeçote somado ao fluxo cruzado de gases, algo raro naquela época, inédito na Ford. O motor atuou como moderador de apetite. No teste de dezembro de 1975, venceu o Opala 2500: média de 9,05 km/l, contra 7,69 do Chevrolet, além de 5 km/h mais veloz. E isso mesmo sendo 150 quilos mais pesado, fazendo uso dos mesmos câmbio e diferencial do V8, com direito a transmissão automática opcional.
O ânimo se refletia nas vendas. Em 1975, ano do Super Luxo azul do médico Sérgio Minervini que ilustra esta matéria, deixaram São Bernardo do Campo 21 159 unidades. Em 1976, 19 982 unidades ganhavam o Brasil. Ainda assim, para cada Maverick zero-quilômetro, cerca de cinco Opala saíam de São Caetano do Sul.
Em 1977, já levemente reestilizado e com ligeiras mudanças em suspensão e freios e nos bancos, o GT também ganhava o motor, e de esportivo conservou apenas o visual. Por sinal, as ligeiras mudanças estéticas e no interior também marcavam a tardia aposentadoria do seis-cilindros.
Porém, os dois últimos anos de vida do Maverick mostravam que ele estava em fim de carreira, ofuscado pelo Corcel II, que ganhava em espaço interno, andava tanto quanto e consumia menos. Também não colaborava o pouco espaço traseiro do modelo duas portas, carroceria predileta na época, drama que não acometia o quatro-portas, com entreeixos e comprimento quase 20 centímetros maiores.
O motor OHC sobreviveu ao Maverick e só sairia de linha no Brasil em 1983, com o fi m do Jeep. Taubaté continuou exportando essa unidade, também com versão com turbo e intercooler, equipando modelos Mustang, Thunderbird, Mercury Cougar e Merkur XR4Ti, chegando a desenvolver 190 cv.

TESTE QUATRO RODAS- DEZEMBRO DE 1975
Aceleração 0 a 100 km/h - 18,17 s
Velocidade máxima 156,521 km/h
Frenagem 80 km/h a 0: 34,51 metros
Consumo média de 9,05 km/l
PREÇO
DEZEMBRO 1975 CR$ 56 5600
ATUALIZADO R$ 64 000



Ficha técnica

FORD MAVERICK OHC

Motor: dianteiro, longitudinal, 4 cilindros em linha, 2 302 cm3, comando de válvulas no cabeçote, carburador de corpo duplo e fluxo descendente
Diâmetro x curso: 96 x 79,4 mm
Taxa de compressão: 7,8:1
Potência: 99 cv (SAE) a 5 400 rpm
Torque: 16,9 mkgf (SAE) a 3 200 rpm
Câmbio: manual de 4 marchas
Carroceria: cupê, 2 portas, 5 lugares, monobloco de aço
Dimensões: comprimento, 459 cm; largura, 179,1 cm; altura, 134,6 cm; entreeixos, 261,9 cm
Peso: 1 250 kg
Suspensão: Dianteira: independente com triângulo superior, braços simples inferiores, molas helicoidais.
Traseira: eixo rígido com feixes de molas
Freios: disco e tambor na traseira
Direção: setor e rosca sem-fim, 3,5 voltas de batente a batente
Rodas e pneus: aço estampado, aro de 14 e tala de 5 polegadas

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A primeira vez a gente nunca esquece.

Como o titulo diz esta é a minha primeira postagem  em um blog, decidi faze-lo pelo simples motivo de compartilhar a restauração de dois autos antigos que possuo (Maverick super 76 e Opala cupe standart 73) e tambem para noticias e curiosidades sobre o mundo antigomobilista.Abaixo uma foto da minha garagem com meus autos: